sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Louça vs Jerónimo de Sousa

Bom, antes de começar por referir quem ganhou este debate, tenho a acrescentar uma ideia fundamental: A extrema-esquerda aceita o Estado de direito e a economia de mercado.
Esta novidade é da maior importância, ambos os candidatos vincaram que têm um programa que respeita o pluralismo, a democracia a independência de todos os poderes. Uma novidade interessante, pois a democracia liberal ao longo dos tempos foi apelidada por as diversas facções comunistas como a “democracia burguesa”.
Quanto ao facto de também aceitarem a economia de mercado foi notório, a não ser que tenham quaisquer ideias que não queiram revelar. Ambos propõem nacionalizações, mas de sectores determinados. Neste assunto foi curioso a resposta dada a Clara de Sousa quando esta perguntou porque é o Bloco de Esquerda também não queria nacionalizar a banca comercial como o PCP propunha, Louça foi claro na resposta ao referir “nós temos reguladores (…) têm é de ser mais eficazes”, uma solução preconizada pelos liberais de mercado desde a década de 90.
Quanto ao debate em si, creio que é indiscutível que foi morno, sem confrontação, a realidade é que são muito parecidos nas ideias, embora, creio que até nalgumas diferenças que têm preferiram não entrar em discussão aberta.
Louça ganhou claramente o debate. Além do dom para a retórica, louça tem muito mais à vontade frente às câmaras, e o discurso do candidato pelo Bloco de Esquerda é muito mais objectivo e moderno.
Jerónimo de Sousa não concretizou muitas ideias, além de o discurso do candidato do PCP ser demasiado proteccionista e na maior parte das vezes roça o nacionalismo. Realmente não me espanta este discurso, pois todos os partidos comunistas europeus têm esta vertente nacionalista, mas creio que neste debate foi em demasia, recorrendo sistematicamente a expressões muito fortes como “sentido patriótico”, “amamos o povo português”, “temos de promover o que é nacional”, “restaurar a soberania”.

1 comentário:

Anónimo disse...

Louçã só disse uma coisa verdadeira: ‘o Estado cria monopólios e entrega-os a Jorge Coelho’.