segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Algumas frases marcantes da campanha para as legislativas 2009

“Esse cavalheiro, o Sr. Sócrates, diz que não quer no Continente uma democracia como a da Madeira, (…) mas nós também aqui não queremos um governo em Lisboa, nem aceitamos, onde está uma organização comunista como o BE.”.

Alberto João Jardim

“Acho que ele [Manuel Alegre] está cheio de razão porque é evidente que a asfixia que se verifica no país é uma asfixia social”.

Manuela Ferreira Leite

"Dizer que a democracia está asfixiada e depois gabar a Madeira é uma coisa que não tem sentido para nenhum português.”

Mário Soares

"Sócrates é uma personagem profundamente neoliberal. Claro que usa as questões fracturantes para distrair"

Garcia Pereira

"Só os medíocres é que estão preocupados com essa história. Fuck them!"

Alberto João Jardim

"O PSD não é um partido de direita"

Marques Mendes

"Só no CDS é que é possível o som de uma campanha ser tão natural e tão perto do trabalho, o muar das vacas. Portugal não terá povoamento se não tiver agricultores, não terá ordenamento do território se não tiver agricultores, não terá ambiente, não produzirá para a sua alimentação e comprará lá fora se desprezar os agricultores."

Paulo Portas

"Irresponsável é querer colocar os destinos do país nas mãos do BE, como admitiu o dr. Mário Soares. É importante saber se o engenheiro Sócrates concorda com a aliança."

Aguiar Branco

sábado, 26 de setembro de 2009

Cualquier parecido con Fujimori es pura coincidencia...

A medida que avanzan los juicios contra el expresidente peruano Alberto Fujimori, se hace más evidente que su ejercicio del poder no es algo extraño en Colombia.
La corrupción como medio para perpetuarse en el poder, es ahora la causa de que Fujimori esté siendo juzgado por cuarta vez, ya con condenas por la flagrante violación de derechos humanos de miles de peruanos, y ahora por la desviación de recursos para financiar su reelección, la compra de congresistas y la interceptación de los miembros de la oposición.
Fujimori, el presidente con mayor popularidad en la historia peruana tras enfrentar la guerrilla de ese país (sendero luminoso), sacrificando a miles de peruanos inocentes que murieron a manos del estado, es ahora objeto de reproche por parte de la sociedad peruana y la comunidad internacional. Como presidente, Fujimori cerró el congreso en el año de 1992 por considerar que estaban obstruyendo su ejercicio, promulgó una nueva constitución con normas a su favor, y utilizó todo tipo de maniobras ilegales para obtener su tercer mandato, además de las masacres que le fueron atribuidas.
¿Será que es mera coincidencia que Colombia ahora repita la historia de su vecino?
Pasarán muchos años para que el actual presidente colombiano sea juzgado por el atroz manejo que le ha dado al país, a pesar de ser “el mejor presidente de la historia” según dicen muchos ciudadanos, tal y como sucedió con Fujimori en Perú. No obstante, tengo la esperanza de que las nuevas generaciones le cobrarán al Uribismo todo el daño que le han hecho a Colombia, no sólo con la muerte descarnada de millones de compatriotas, sino con el debilitamiento de las instituciones democráticas, hecho que ahora nos tiene al borde del autoritarismo. La interceptación a los miembros de la oposición y a los magistrados de Corte Suprema de Justicia, la compra de congresistas para la segunda reelección, la indebida modificación de la constitución del 91 para amoldarla a sus intereses, incluida la tercera reelección, nos hace pensar que Uribe es un excelente alumno de Fujimori. Eso sin hacer referencia a los falsos positivos, fenómeno del que se habló en una entrada anterior.

Nada más acertado que decir que estamos “…condenados a repetir los errores de sus sucesivas décadas perdidas” (Revista El Malpensante en un artículo acerca de Latinoamérica)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Testemunho sobre a semana de voluntariado em Fátima

Cheguei a Fátima no dia um de Agosto, pronta para uma experiência diferente, é verdade, mas não para a medida da diferença que fui ali encontrar, a qual me era completamente estranha, e para a qual eu não estava de modo algum preparada.
Ao chegar perguntaram-me quais eram as minhas expectativas, se é que as tinha. Eu respondi que as minhas expectativas passavam por dar aos outros, dar desinteressadamente, genuinamente, sem esperar nada em troca. Por mais vulgar que me pudessem parecer estes meus objectivos eles eram para mim essenciais, porque dar assim é muito difícil, há em nós um mecanismo secreto que funciona em modo piloto-automático que fica sempre à espera de um “obrigado”, um “Deus lhe pague”, ou mais que não seja de um sorriso. Mas depressa percebi que ali as coisas funcionavam de maneira diferente; primeiro foi o choque inicial de quem passa o ano inteiro a mexer em livros: o choque dos corpos deformados e sem nexo, os sons, os cheiros. Foi preciso pensar que a adaptação era possível, que aquilo eram só barreiras físicas porque o essencial que havia para descobrir sobre aquelas pessoas estava no interior, para lá dos gritos, das babas e do corpo desconexo.
Com o andar dos dias fui descobrindo que havia um longo caminho a percorrer com aqueles meninos, não por eles mas por mim, era a mim e não a eles que me faltavam as estruturas mentais para os compreender, era eu quem estava mal, porque não havia dentro de mim nada capaz de ser trabalhado para chegar à única linguagem que aquelas pessoas conseguem perceber: a linguagem do amor. Não entendem por palavras, por gestos é difícil, mas entendem melhor que qualquer um de nós quem é que gosta deles e quem não gosta, quem está ali por desporto e quem está porque só assim vê a sua vida preenchida.
Confesso que me senti despida ali, vivemos um dia-a-dia com várias camadas em cima de nós, como uma cebola, são camadas que nos protegem dos outros, o nosso orgulho, a nossa desconfiança, o nosso intelecto, mas elas são uma faca de dois gumes, porque nos afastam do essencial, impedem que os outros nos conheçam tal como somos. Em Fátima foi necessário ir despindo essas camadas, uma a uma, lenta e esforçadamente.
É claro que em dez dias não se podem querer milagres, porque a língua que ali se fala é complicada, exigente, mas dessa experiência retive que a diferença não tem nenhuma medida certa, e contesto até se a diferença existe mesmo, porque o essencial está na camada mais funda de cada um de nós, e essa é sempre igual!

Escrito por: Margarida Sapateiro

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Louça vs Jerónimo de Sousa

Bom, antes de começar por referir quem ganhou este debate, tenho a acrescentar uma ideia fundamental: A extrema-esquerda aceita o Estado de direito e a economia de mercado.
Esta novidade é da maior importância, ambos os candidatos vincaram que têm um programa que respeita o pluralismo, a democracia a independência de todos os poderes. Uma novidade interessante, pois a democracia liberal ao longo dos tempos foi apelidada por as diversas facções comunistas como a “democracia burguesa”.
Quanto ao facto de também aceitarem a economia de mercado foi notório, a não ser que tenham quaisquer ideias que não queiram revelar. Ambos propõem nacionalizações, mas de sectores determinados. Neste assunto foi curioso a resposta dada a Clara de Sousa quando esta perguntou porque é o Bloco de Esquerda também não queria nacionalizar a banca comercial como o PCP propunha, Louça foi claro na resposta ao referir “nós temos reguladores (…) têm é de ser mais eficazes”, uma solução preconizada pelos liberais de mercado desde a década de 90.
Quanto ao debate em si, creio que é indiscutível que foi morno, sem confrontação, a realidade é que são muito parecidos nas ideias, embora, creio que até nalgumas diferenças que têm preferiram não entrar em discussão aberta.
Louça ganhou claramente o debate. Além do dom para a retórica, louça tem muito mais à vontade frente às câmaras, e o discurso do candidato pelo Bloco de Esquerda é muito mais objectivo e moderno.
Jerónimo de Sousa não concretizou muitas ideias, além de o discurso do candidato do PCP ser demasiado proteccionista e na maior parte das vezes roça o nacionalismo. Realmente não me espanta este discurso, pois todos os partidos comunistas europeus têm esta vertente nacionalista, mas creio que neste debate foi em demasia, recorrendo sistematicamente a expressões muito fortes como “sentido patriótico”, “amamos o povo português”, “temos de promover o que é nacional”, “restaurar a soberania”.