sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Lobo Antunes: forever

Venho hoje escrever sobre um homem que marcou a minha vida, sobretudo do ponto de vista literário, mas não só,há coisas em que vai muito para além disso.
Primeiro não o compreendi, confesso que peguei no primeiro livro dele porque parecia estar na moda ler o Lobo Antunes e lá fui eu, com a carneirada (detesto esta expressão),e não segui o bom e velho conselho dos ingleses de não avaliar um livro pelas capas... Bem quem ler o texto até aqui há-de pensar que isto é um manifesto anti-L.A., mas engana-se caro leitor(se é que haverá algum leitor), engana-se, porque de facto o meu primeiro contacto com este monstro da escrita em Portugal foi um tanto obtuso, é verdade, por falta de comunicação, eu ainda não tinha percebido o autor, ainda não tinha sido contagiada pela sua doença. Porque quem lê e percebe realmente um livro do Lobo Antunes tem de estar doente,ou pelo menos tem de entender a doença do autor; começar um livro deste senhor é como começar a ter febre,que aumenta à medida que se avança na leitura e que pode chegar a casos graves(e é quando dá mais gozo!),casos em se tem alucinações que se notam bem na repetição intensa das frases,uma e outra vez,para que fiquem bem marteladas na nossa cabeça,para que não seja ele o único a sofrer a dor brutal que é pôr aquilo tudo cá para fora,e andar a arrastar os dias e a perguntar à sorte quantos é que faltam para que aquele parto interminável cesse de uma vez.Sim, porque ninguém escolhe ser escritor,já se nasce escritor,não se tira nenhum curso e não há melhor professor que a própria vida.
Tudo isto ficou muito mais claro depois de ler as Cartas da Guerra, mergulhar no mais profundo e íntimo da vida do autor ajudou-me a perceber tudo o que significam para ele os seus livros,bem como o longo caminho que teve de percorrer para chegar onde está.Não só como escritor, também como homem. Não gosta de dar entrevistas?Percebo perfeitamente, está tudo nos livros! São auto-retratos feitos "sob o manto diáfano da fantasia"....

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Parabéns Dr.Marinho Pinto

Sendo este um blog fundado por dois amantes do direito, que pretendem ser futuros juristas, não podia deixar de referir a eleição do Bastonário para a a Ordem dos Advogados.
A eleição recaiu sobre o Dr.Marinho Pinto, formado em Coimbra, tendo também a carteira de jornalista. Confesso que ao ver o primeiro debate entre os quatro candidatos na Faculdade de Direito de Lisboa, facultado pela AAFDL, foi o que criou menos expectativa, sendo também este sentimento partilhado por muitos dos meus colegas. Naquela altura criou-se um entusiasmo maior á volta do Prof.Menezes Leitão (muito devendo-se ao facto de ele ser Professor Catedrático da faculdade onde decorria o debate) e também á volta do Dr.Garcia Pereira, com um populismo muito apelativo para os alunos. O Dr. Marinho Pinto teve, de certa forma, um discurso rude, provocador, criando um certo alarmismo nos alunos pela forma como prestigiar a Ordem.
Mais tarde, vendo mais debates, entrevistas e opiniões sobre o Dr.Marinho Pinto, a minha opinião começou a mudar e o tema pela qual ele alarmou os alunos passou a ser considerado por mim uma das suas grandes medidas.
Entre outras formas, o já eleito Bastonário da Ordem pretendia restringir o acesso á Ordem dos Advogados com um nível de exigência alto e restrição de entradas (em paridade com o que acontece no CEJ), como uma forma de a prestigiar. Concordo plenamente com esta medida, pois a actividade forense sempre foi uma profissão nobre, mas nos últimos anos têm-se assistido a uma "avalanche" de licenciados em Direito vindos de privadas sem qualquer nível de exigibilidade e condições que, como o Dr.Marinho Pinto disse, são meros escritórios onde se dão licenciaturas. Já que o Governo não controla esta situação, a Ordem tem de tomar medidas e não se deve ter medo, pois quem tiver qualidade e amar e profissão mais cedo ou mais tarde vai exerce-la.
Pela finalizar, espero sinceramente que o Dr.Marinho Pinto tenha sucesso. Não me vou alongar em mais assuntos, pois não sou a pessoa indicado para falar deles e quis sim dar a minha opinião sobre o tema que mais diz respeito aos alunos (já que ainda somos meros aprendizes de juristas). Resultados da Eleição:

Marinho Pinto-7265 votos
Magalhães e Silva-4366 votos
Menezes Leitão-2973 votos
Garcia Pereira-2205 votos

sábado, 24 de novembro de 2007

Santana Lopes e os seus "telhados de vidro"

Começo por dizer que fiquei agradado com a eleição de Luís Filipe Menezes, acho que fazia falta uma oposição mais forte, mas logo me desiludi com uma escolha estrategicamente fundamental para o PSD, que é a do seu líder parlamentar.
A escolha recaiu sobre o Dr.Santana Lopes, apesar de pensar que é um amante da política, vejo nele uma grande fragilidade. Já não vale a pena dizer como é que ele saiu do governo, o que é certo é que na politica a opinião pública conta muito, e o Dr.Santana Lopes é daqueles casos em que "não pode atirar pedras aos outros, pois tem telhados de vidros". Qualquer crítica que faça, logo vai ser confrontado com o seu passado recente, que não lhe foi muito agradável.
Concluo, referindo, que esta pessíma escolha do Dr.Luís Filipe Menezes lhe possa trazer muitos prejuízos. Nem é o facto de perder os debates parlamentares para o governo, mas sim a opinião pública, pois é quem dá votos, e até posso dizer que ela ás vezes esquece determinados acontecimentos de uma forma espantosa, mas creio que este passado é demasiado recente para o esquecimento. O tempo o dirá.

domingo, 18 de novembro de 2007

Notas Soltas...

"Y porque no te callas?!"

Majestade,os meus mais sinceros parabéns por esta frase,se houvesse um prémio para a frase do ano a sua com certeza seria uma das melhores se não a melhor.Esta frase é o verdadeiro grito do Ipiranga das democracias contra aquilo em que Hugo Chávez está a transformar o seu país,curiosamente saiu da boca de um monarca...será isto um sinal de perigo?poderá o petróleo calar todas as bocas?esperemos bem que não, e que mais gente siga o exemplo de "su majestadad".
Uma frase deste género também nos seria bem útil no nosso panorama nacional,já que a pose arrogante do nosso primeiro-ministro não se desmonta com nenhuma das críticas ou conselhos que ouve na língua de Camões,pode ser que na de Cervantes tenha mais efeito,nunca é de mais tentar para ver se fica lá alguma coisinha...Também não seria de mau tom procurar um bom especialista em doenças obsessivo-compulsivas pois o nosso caro primeiro ministro tem sofrido,já há longos meses,de fortes febres europeístas que surgem nos telejornais,e tenta a todo o custo convencer-nos que é agora que virá o Dom Sebastião montado num tratado. Pelo menos senhor primeiro ministro pergunte aos portugueses se estes querem realmente este regresso do D.Sebastião,e se querem viver nesta Europa tão "unida".Atenção que eu não sou completamente contra a nossa integração europeia e o seu aprofundamento, mas em tudo se quer "mesura",que é uma palavra muito antiga e muito bonita!E já não falo desse magnífico achado que foi Bolonha seria matéria para outra crítica!

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Direito à crítica

A crítica é uma função de comentário sobre determinado tema, geralmente da esfera artística ou cultural, com o propósito de informar o leitor sob uma perspectiva não só descritiva, mas também de avaliação. Pois bem, o que vamos aqui fazer é isso mesmo, críticas, não só num sentido corrente e popular, que atribui à critica uma valoração negativa, mas sim também de uma forma construtiva e de apreciação positiva.
Vamos comentar, criticar e expor diversas ideias, não só na nossa área que é o Direito, mas também em outras ciências sociais e humanas que tanto apreciamos, sem deixar de passar por diversas artes, pois o Direito á crítica é um direito importantíssimo e legitimo em sociedades democráticas, que leva ao progresso e que a todas as pessoas do mundo devia ser facultado sem o medo de coacção (Cá está a nossa primeira crítica).
De referir, por último, que todos os comentários feitos por mim e pela Margarida serão independentes, claro que nós podemos concordar em muitos temas, mas isso não é obrigatório.