Relançado que está o debate acerca da energia nuclear, venho aqui pronunciar-me sobre ele.
Com a dependência que vivemos hoje do petróleo e do gás natural é imprescindível pensarmos em outras formas energéticas alternativas. As razões todos nós já sabemos. Em primeiro lugar, essas energias, que são as que mais utilizamos, além de estarem de situadas (a maior parte delas) em locais geopolíticos instáveis, são energias não renováveis, logo são finitas, e dada a forma como as temos consumido, elas já ultrapassaram o chamado “pico global”, sendo que o aumento dos respectivos preços não se deve a especulações ou causas de outra ordem, mas sim ao facto de muitos campos estarem a secar (isto principalmente no petróleo). Falando agora no petróleo, que é o caso mais grave, este em 1998 chegou a estar a 8 dólares o barril, hoje já chegou aos 250 dólares, e engane-se quem pensar que ele vai descer. O preço do barril de Crude vai continuar a aumentar, muito devido á nossa não disciplina em relação ao seu uso e também ao facto de a China estar cada vez mais a ser um “predador” de petróleo, pois a sua classe média está a aumentar e consumem cada vez mais, isto é uma grande causa, pois estamos perante o país mais populoso do mundo.
De todas as energias chamadas alternativas a nuclear é mais viável e defendo inteiramento a sua instalação em Portugal, acho mesmo que Portugal está atrasado 50 anos.
Para vermos a eficácia da energia nuclear basta verificarmos o seguinte: um único átomo de urânio fissil produz uma quantidade de energia dez milhões de vezes superior á da combustão de um único átomo de carbono (que são os elementos que compõem os combustíveis fosseis). Por unidade de massa, o urânio produz uma quantidade de energia dois milhões de vezes superior ao petróleo. Para termos mais argumentos, é preciso referir que a energia nuclear não produz quaisquer gases associados á poluição atmosférica, estando o problema associado somente aos chamadas toxinas radioactivas. Muitos críticos da energia nuclear falam do problema da segurança, mas é preciso verificar que muito mais pessoas perderam a vida na industria do carvão do que na industria nuclear das ultima cinco décadas.
Na Europa, para termos uma ideia, como exemplo, França contém 59 reactores nucleares, Alemanha 17, Espanha 8, Suécia 10, Reino Unido 19, República Checa 6, Bélgica 7. Na Zona Euro, só Portugal, Itália, Polónia, Letónia, Estónia, Áustria, Grécia e Irlanda não têm energia nuclear, sendo que alguns deles já têm projectos para ter e outros são países que detêm outras energias alternativas que Portugal não tem, sendo que a sua “factura” a nível externo está muita dela concentrada na importação de energia, assim, a energia nuclear seria uma das formas para se deixar de ter tanta dependência do exterior.
Concluo aqui minha opinião acerca desta matéria, sendo que só resta a Portugal aderir á energia nuclear, pois se não o fizer corre o risco de algum dia “as luzes se apagarem” e é melhor não demorar mais tempo, pois a construção de centrais necessita de um gasto de energia não renovável e ela está a terminar.~
Para mais informações acerca do assunto: http://www.eia.doe.gov/oil_gas/petroleum/info_glance/petroleum.html
http://www.newstin.com.pt/pt/mercados-de-crude
O fim do Petróleo: o grande desafio do século XXI, Kunstler, James Howard
quinta-feira, 17 de julho de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
3 comentários:
Concordo!embora tenha de existir um debate profundo!!
Concordo efectivamente com o debate e com a possibilidade de referendo(como sucedeu em outros países europeus) no que remete para a energia nuclear, no entanto deixo a minha proposta...
Após procurar, perguntar e pensar, dei por mim satisfeita por poder dizer: “Tenho uma posição relativamente as energias alternativas”.Obviamente poderá ser sujeita a mudanças, mas estará sempre ligada as mesmas questões, uma das quais a protecção ambiental.Tanto a energia solar como a eólica apresentam-se como fontes de energia que não danificam a sua fonte primária: a natureza. (Trata-se de uma característica que também esperaríamos encontrar na energia hídrica , contrariamente as expectativas a manipulação de grandes níveis de Àgua afecta a fauna e flora aquática)
Estamos por isso perante uma vantagem soberba, perante as restantes energias alternativas, essencial para o mundo moderno.Poderíamos também distinguir o facto de, a nível visual, estes meios não serem constrangedores “à vista”, ou já viram uma central nuclear “discreta” e até “engraçada”?que não se assemelha-se de alguma forma a algo não desejável do ponto de vista paisagístico?
e os estragos que ela poderia promover...?
Para além do já referido, e agora especificamente no nosso país, temos de admitir as condições geográficas benéficas para qualquer um destes meios: temos sol, os dias nunca se tornam quase "inexistentes"( como nos países nórdicos), temos espaços amplos para os “moinhos eólicos”,entre outros.
Tudo isto, para referir, de que a energia nuclear: Claro que sim? Talvez não...
Pensemos que com a junção destas duas poderíamos colher uma grande percentagem energia alternativa, talvez quase total.Não esquecendo que se o sol não brilhar e o vento não soprar deveríamos ter sempre a velha alternativa à mão.
Em suma, a minha posição resume-se a manutenção das energias existentes em congruência com a sua gradual substituição (não a sua extinção)pelas referidas, fazendo da regra a exepção.
Artigo sobre Sir David King no público, este entendido na matéria refere que é necessário que os investigadores se concentrem em resolver os "problemas da Humanidade".No que toca a energia nuclear, diz apenas o seguinte:
"O LHC, criado pelo European Organization for Nuclear Research (CERN), foi o maior investimento que o Reino Unido fez num único projecto de ciência, 500 milhões de libras (quase 620 milhões de euros). O cientista(Sir David King, anterior conselheiro científico do Governo inglês), que é especialista em física dos processos químicos, questiona se esta é a melhor forma de se gastar o dinheiro para a ciência, quando actualmente um dos maiores problemas é a dependência energética que o mundo tem dos combustíveis fósseis.
O cientista nomeou alguns dos principais problemas, como o aumento de população num planeta que está agora a observar os primeiros efeitos das alterações climáticas, o atraso no desenvolvimento de fontes de energia alternativas como a luz solar, ou as doenças que afectam milhões de pessoas como a sida e a malária.
In Público
Enviar um comentário